segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O SENTIDO DA VIDA



Texto base extraído do livro de Jeremias 1.4-10

Parto do princípio que tudo que existe, seja na terra ou no céu, existe para um sentido ou para um propósito. Em outras palavras significa dizer que nada é, ou acontece por acaso. Posso exemplificar alguns sentidos:
O sentido ou propósito dos anjos? Os anjos foram criados tanto para servirem e ajudarem aos homens, para ministrarem a vontade de Deus (Sl. 91.11; 103.20 e Hb. 1-7,14) e para serem ministros dos louvores e da adoração diante do trono de Deus.
O sentido ou o propósito do inferno? O inferno foi criado somente para servir de prisão para o diabo e seus demônios (Mt. 25.41). Também não foi criado para que ali o homem esteja. Digo isso porque as escrituras evidenciam que todo e qualquer homem, sem exceção, foram criados para estar na presença de Deus (João 12.26).
O sentido ou propósito da árvore do conhecimento do bem e do mal? As pessoas sempre me perguntam por que Deus colocou esta arvore no jardim do Éden. Deus assim permitiu que ali estivesse para que Adão e Eva exercessem o que denominamos ser a liberdade.
O sentido ou propósito dos pêlos do nariz?  Será que até nisto há sentido? Há sim, servem para filtrar o ar que respiramos, me diriam alguns...
Já que entendemos que para tudo há um sentido, alguém se questionaria: Quem estabelece ou determina os sentidos das coisas? “Das coisas” ficou bem solto, então, vamos pôr algo em evidencia, por exemplo, o telefone. Quem definiu o sentido ou propósito do telefone? Foi quem o criou, isto é, Graham Bell. Foi ele que estabeleceu a serventia. Foi ele quem disse que o telefone serviria para que houvesse troca, comunicação entre pessoas em locais diferentes ou no mesmo lugar. Nisto, podemos concluir que quem dá sentido a criação é seu criador.
Então, se cremos de fato que não viemos dos macacos, pelo contrario, cremos que de fato somos criaturas de Deus, podemos então afirmar que somente ele pode definir o sentido da vida. Alguém perguntaria, por quê? E, a resposta seria simples e clara: porque ele é seu criador.
É de Deus que Jeremias recebe a revelação quanto ao sentido pelo qual ele nascera (v.4-5). Digo isso porque foi a palavra do Senhor que foi de encontro ao seu coração para lhe mostrar seu sentido e propósito de vida: ser profeta. Não foi a ciência, nem tão pouco a filosofia e menos ainda a religião que determinou e definiu o sentido da sua vida. Todavia, são nestas e em outras portas que o homem tem buscado uma resposta para sua existência.
Acredito que Jeremias não seja melhor do que ninguém. Assim como Deus tinha e configurou o sentido de sua vida, assim deseja Deus fazer comigo e com você! Posso afirmar que Deus tem um propósito na vida de cada um de nós. É para isso que ele nos criou (Sl 139.13-16).
Dou por certo, que todo sentido ou propósito que Deus estabeleceu vem em consonância ou vem atender a expectativa e necessidade que existe em cada um. Percebo isso quando leio a Bíblia (Moises, Sansão, Davi, João Batista, Jesus), inclusive no chamado de Jeremias. O chamado para ser profeta veio atender uma expectativa e necessidade que havia naquela época: fazer-se ouvir a voz de Deus (o caminho, a verdade e a vida). Não era por falta de profeta que o povo de Israel não ouvia a voz de Deus, mas porque os profetas e os sacerdotes haviam se corrompido e falavam coisas que Deus não havia dito. Então era necessário que alguém falasse da parte de Deus. Se olharmos para o mundo afora veremos a necessidade que há e a expectativa que existe em centenas de milhares de pessoas que esperam ansiosamente para serem consoladas, amparadas, fortalecidas, abraçadas. Acredito que seja por intermédio do sentido que Deus estabeleceu na minha e na sua vida, que supriremos a enorme expectativa e necessidade que há neste mundo. O chamado de Deus é que vivamos para dar sentido às expectativas e necessidades que há em nós e no mundo no qual estamos inseridos.
Muito embora saibamos que há um propósito ou um sentido a ser vivido, somos muito parecidos com Jeremias. Criamos justificativas para não viver este sentido de Deus. As justificativas de Jeremias eram por não se sentir preparado, não saber falar, ter medo (v. 6). Essa tem sido a realidade de uma boa parte dos que se chamam cristãos. Em nossos dias as nossas justificativas têm sido por causa de nossa carreira profissional, por medo, por causa do recente casamento, por crer que não estamos preparados, por causa dos filhos, por causa dos estudos, por causa do namoro, etc. Só temos tempo mesmo para viver os nossos sentidos. Mas há duas boas noticias para não nos justificamos diante do que Deus estabeleceu para nossas vidas; a primeira é que Ele estará conosco nos ajudando a viver o sentido. Foi esta a boa noticia que Jeremias recebe do Altíssimo (v.8). Isso significava que Jeremias não estaria vivendo só, que não estaria sozinho na trajetória. Deus o alegra afirmando que estaria com ele. Está é a mesma boa noticia que Deus nos dá. Isso me leva a considerar e afirmar que a vida só tem sentido se Deus estiver presente nas nossas vidas (João 15.5). A segunda boa noticia que Jeremias recebe que é a mesma que devemos receber é que Ele nos preparará (v.9-10), nos moldará em sua plenitude nos capacitando com seus dons, habilidades, unção, talentos, sabedoria de tal forma que alcancemos seu sentido e propósito.
Lembre que certa vez, Jesus em um dos seus tantos discursos se apresenta como o pão que desceu do céu, e que era necessário que todo e qualquer homem comesse de sua carne e bebesse do seu sangue para que recebesse a salvação. Muitos acharam o discurso de Jesus duríssimo. Para eles não fazia nenhum sentido aquelas palavras. Por isso seus discípulos se escandalizaram a ponto de muitos desistirem da caminhada com ele. E Jesus pergunta aos doze se também não queria se retirar (João 6.30-70). A resposta de Pedro parece ser de alguém que tinha e recebia as palavras de Jesus em estima. Parece que para ele fazia muito sentido o que Jesus falara... Por isso o seguia. Por isso que sua resposta é “para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna”. Para Pedro o que fazia sentido era seguir os passos de Jesus e sua palavra. Acredito que nascemos para segui-lo, para adorá-lo, para glorificá-lo, para cumprir sua missão, para ser como ele é.  Estes devem ser o sentido pelo qual devemos viver e é nesta árdua jornada que tenho e venho, com grande dificuldade, tentando viver.