“... Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e
dois peixinhos; mas que é isto para tantos?...”
(João 6.5-13)
Muitos sãos os que celebram
este milagre puro e simplesmente como sendo o dia que houve a multiplicação dos
pães e peixes, no entanto, existe outro “milagre” ou fato notável que merece
ser evidenciado entre nós quanto a este contexto, isso porque, talvez seu
registro também se deva a este, mas que tampouco é percebido.
Vivemos em uma sociedade que
pouco percebe o “mundo em sua volta”; primeira hipótese, ou as percebemos e não
nos importamos? Na verdade, na grande
maioria das vezes só nos importamos mesmos é com o “meu mundo”. Porque, olhar
para o mundo em sua volta implica perceber o outro, sua necessidade, seu anseio...
Significa se importar com os demais. Todavia, não somente constatar, mas agir
em prol e em beneficio.
No contexto do capitulo 6 do
livro de João, percebesse uma multidão cheia de expectativas. Tudo que mais
desejavam eram suprir suas necessidades. Cada um com a sua e quanto ao resto
que se... Exploda! Contudo, não havia tempo hábil para ver o outro, sua
necessidade. Nada diferente do que é hoje. Jesus por sua vez, bem sabia que
anseios eram esses que os impulsionavam a irem ao seu encontro.
Procuravam por Jesus, pois
criam que ele podia satisfazê-los quanto ao que desejavam. E não somente no que
desejavam, mas em que pereciam. Sim perecia do vazio da alma, do vazio do
estomago, alem é claro das expectativas que desconheço. Sei que é impossível de
nós mesmo saciamos a alma de alguém. Sei que alguns me diriam que somente Jesus
sacia o vazio do homem. Ok! É verdade! Mas, quanto ao vazio do estomago, será
que nada podemos fazer?
Momento como este como reagimos?
Acolhe ou despede? Embora não reconheçamos a atitude de Felipe é muito parecida
com a nossa (v.7), pois em situações como esta, optamos em não fazer nada... Ou
até reduzimos o que temos em “quase nada” ou não acolhemos e a “pior” (aos
olhos do Pai) ou a “melhor” (aos nossos olhos) mandamos embora (Mt. 14.15).
No mundo no qual vivemos são
notórias as necessidades que temos e vemos o outro passar. Alguns necessitam de
perdão, outro de amor e mais outro de ombro amigo, outros de aulas de
matemática, outros de pães e peixes, etc e tal. Nós conhecemos bem tais
necessidades! Não só as conhecemos como reconhecemos de quem delas precisam...
A ordem de Jesus é a mesma dada a Felipe:
“Jesus, porém,
lhe disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer”
(Mateus
14.16)
Jesus bem sabia que aqueles (discípulos) tinham o suficiente a
oferecer aquela multidão. Acredito que os dons, talentos, sabedoria,
prosperidade, capacidade, paciência, misericórdia, a VIDA e dentre outras
coisas que eLe têm nos dados SEJA para multiplicamos no mundo em que estamos
inseridos. E porque não dizer dividir?
Graças a Deus! Um milagre
aconteceu, exclamaram alguns quando ouviram:
“Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e
dois peixinhos; mas que é isto para tantos?”
(João 6.9)
Muitos serão as glorias dadas a
Deus a partir de que os discípulos de hoje de Jesus saibam dividir os pães e os
peixinhos. Mas, o certo é que nem todos dentre a “nossa multidão” necessitam de
pão e peixe, porém há uma imensa lista de necessidades que sem sombra de dúvida
podemos minimizar. Nosso mundo perece de animo, de princípios e valores, de
senso de justiça, de caridade, de generosidade, de amor, de compaixão, de
consolo, de ensino , de comida, de vestimenta... Será que os filhos de Deus não
podem acolher entre estes com suas necessidades? Não são estes e infinitamente
mais que temos recebido de Deus? Pra que? Multiplicamos e dividimos seria a
resposta do Pai.
Felipe acreditava que o que tinha
era pouco, insuficiente (João 6.7) por isso do seu argumento. Esta tem sido a
justificativa de muitos para não fazermos nada: “O que tenho é pouco” e “Não
sei quase nada”! Porém o pouco pode ser o suficiente, basta colocamos nas mãos
de Jesus que eLe completa...
A consciência e atitude
equilibrada deste jovem devem ser multiplicadas e divididas entre nós, tanto
porque não se sentiu “superior” diante da multidão (por ter algo a oferecer) e
nem tão pouco “inferior” (por ser pouco o que tinha a oferecer). A sensação que
tenho é que ele se sentia parte daquilo e muito mais do que isso CONTRIBUINTE.
Olhe em sua volta e verás que sempre
há alguém quem te supre ou que necessite de sua contribuição. Em que podemos
ajudá-las é o segundo passo. Jesus tanto “multiplicou como dividiu os pães e os
peixinhos”, acredito que devemos fazer o mesmo. Espero que assim tenha
dividindo os Paes e os peixinhos com você!
Railton Rosa
24/01/2014